25 outubro 2009

Uma noite de fados

Adorei é o que posso dizer.
É que depois de tanto desanimo de ter perdido a compra dos bilhetes porque esgotaram num rápido e eu nunca pensar que os Torrienses iam aderir com tanta garra tive um anjinho que se lembrou que era um pouco injusto eu não ir ao invento e aí através de conversas de amigas surgiu a chance de irmos todas (minhas amigas) ao concerto mais uma vez digo que foi brutal ouvir aquela voz que nos vai ficar na memoria.
Se gostava mais fiquei a gostar.
Há grande Mariza.
A fadista Mariza apresentou um espectáculo em Torres Vedras, no âmbito do programa das Festas da Cidade. Mariza subiu ao palco instalado no Pavilhão Multiusos, no recinto da Expotorres, para apresentar ao público o seu mais recente trabalho, «Terra».

23 outubro 2009

Hoje

Sonho, sonho muito... mas acordado! Vejo as pessoas, observo-as, falo com elas: gosto (quase) de todas! Passa o tempo, vamos encontrando aqui e ali, ilusões e desilusões, amizades e infidelidades, amores e rancores. Não me revejo neste mundo! Resta-me o das crianças: o novo mundo! E agora? Só sonho, dormindo...

12 outubro 2009

Medo de amar??

Parece absurdo, com tantos outros medos que temos que enfrentar: medo da violência, medo da morte, e a não menos temida solidão, que é o que nos faz buscar relacionamentos. Mas absurdo ou não, o medo de amar se instala entre as nossas vidas e nós nem sabemos o porquê.
O amor, tão nobre, tão denso, tão intenso, acaba. Rasga-nos por dentro, faz um corte profundo que vai do peito até a virilha, o amor se encerra bruscamente porque de repente uma terceira pessoa surgiu ou simplesmente porque não há mais interesse ou atracão, sei lá, vá saber o que interrompe um sentimento, é mistério indecifrável. Mas o amor termina, mal-agradecido, termina, e termina só de um lado, nunca se encerra em dois corações ao mesmo tempo, desacelera um antes do outro, e vai um pouco de dor pra cada canto. Dói em quem tomou a iniciativa de romper, porque romper não é fácil, quebrar rotinas é sempre traumático. Além do amor existe a amizade que permanece e a presença com que se acostuma, romper um amor não é fácil, é facto de grande responsabilidade, é uma ferida que se abre no corpo do outro, no afecto do outro, e em si próprio, ainda que com menos gravidade. E ter o amor rejeitado, nem se fala, é fractura exposta, definhamos em público, encolhemos a alma, quase desejamos uma violência qualquer vinda da rua para esquecermos dessa violência vinda do tempo gasto e vivido, esse assalto em que nos roubaram tudo, o amor e o que vem com ele, confiança e estabilidade. Sem o amor, nada resta, a crença se desfaz, o romantismo perde o sentido, músicas idiotas nos fazem chorar dentro do carro. Passa a dor do amor, vem a trégua, o coração limpo de novo, os olhos novamente secos, a boca vazia. Nada de bom está acontecendo, mas também nada de ruim. Um novo amor? Nem pensar. Medo, respondemos.
Que corajosos somos nós, que apesar de um medo tão justificado, amamos outra vez e todas as vezes que o amor nos chama, fingindo um pouco de resistência mas sabendo que para sempre é impossível recusá-lo. Mas... eu vou tentando sempre até acertar.

04 outubro 2009

A decepção que tenho por ti...

«Porque nos decepcionamos com uma pessoa, com um acontecimento, com uma situação, com a vida? A decepção é um sentimento tão frustrante, talvez seja das sensações que mais me entristece, me deita abaixo, me impede de continuar, me bloqueia. Será que criamos expectativas altas demais? Ou será que as expectativas eram normais, próprias e adequadas, mas a decepção teimosamente nos bate à porta? Será um problema de ansiedade, de querermos que tanto se realize, que tanto aconteça? Será que somos exigentes demais, e exigimos dos outros, coisas que nem nós próprios sabemos fazer? Será que uns são mais atreitos a decepções que outros? Será que uns, nem percebem a decepção não lhe dando a importância que outros lhe dão? Será que as decepções só acontecem aos emotivos? Aos frágeis? Aos corajosos? Aos exagerados? Aos idiotas? E acordar depois de uma decepção?Acordar para a Vida, acordar para o Dia, pôr os pés fora da cama, levantar o corpo, calçar qualquer coisa para começar a pisar o chão, a terra, olharmo-nos no espelho, olhar uns olhos decepcionado... E depois, muitas vezes voltar ao mesmo sítio, ao mesmo local, ver a mesma pessoa, ter de falar com essa pessoa, voltar e reencontrar o mesmo ambiente, o mesmo cenário…Reagir…. Como se faz para Reagir? Reagir é voltar a agir! Para voltar a agir, é preciso ter vontade de agir. E o mundo que nos rodeia, exigente, que não tolera a insatisfação, não tolera tristezas, que como uma criança mimada, quer-nos Lindos, Contentes, Sorrizinhos, Arranjados, Elegantes, Perfeitos, e todos nos pedem, “Vá reage, faz qualquer coisa, tens de melhorar! Lá estás tu com o teu pessimismo! …”. E para culminar, lá dizem a frase: “Não percebo, porque ficas assim, não é caso para isso! E nós, envolvidos num manto negro de tristeza, de amargos na boca, de nós no estômago, de dedos das mãos frios, de joelhos ligeiramente a quebrar, ficamos perplexos a olhar para aquela gente que nos diz “Que não é nada!”. Não é nada???! Mas não percebem, que para nós É TUDO!

02 outubro 2009

O momento

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredit em ti. Gasta mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.