27 abril 2009

A praia

O vento no rosto... cabelos atirados para trás, a brisa acariciando os contornos da face, descendo pelo pescoço, afogando as curvas do corpo, tentando arrancar-lhe as roupas, ar ausente, olhos parados, contemplando quase sem dar por isso, o imenso céu cinzento, melancólico e esfumando-se, a suave neblina envolvendo a serra longínqua, a fúria do mar, de azul marinho escurecido, entrando-lhe pelos olhos, em êxtase, a areia macia sulcada pelo vento que caprichosamente a desenha esboçando a sua arte espontânea, ao acaso, na enorme tela de areia finíssima curvas e mais curvas... sulcos... os rochedos inclementes de uma beleza imponente erguidos, desafiando o ar gelado, cheirando a maresia, as vagas multuosas batidas pelo vento desfazendo-se num esplendor de minúsculas bolhas de espuma branquissima, o sol de sensações que a invadem de paz, melancolia e vontade de gritar bem alto, na solidão da praia. Os olhos enchem-se de lágrimas que o vento arrasta e grita: "volta eu amo-te" corre pela areia ate ao limite da resistência, cai sem forças e cansada mas... mais calma.

Este poema foi escrito andava eu no 9º ano e numa fase da minha vida muito louca sempre sem stresses. Que saudade...

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